Futebol paralisado em 2011
Revoluções e crises na África, catástrofe na Japão… O início de 2011 está repleto de eventos. No meio de todo este caos, o futebol passou ao segundo plano.
Tunísia
O último jogo do campeonato da Tunísia aconteceu no dia 9 de janeiro. Era o jogo entre o Étoile du Sahel contra o Espérence Tunis, pela 14 jornada (5×1 para o Étoile).
Desde então, mas nada aconteceu. A chamada Revolução de Jasmim, iniciada três semanas mais cedo, provocou a queda do ditador Ben Ali, o qual fugiu pra Arábia Saudita no dia 14 de janeiro.
Com esta confusão toda, o campeonato local foi suspenso. Num primeiro momento, estava previsto um reinicio no dia 5 de março, no entanto, o Ministro dos Esportes decidiu por um novo adiamento, estimando que as condições de segurança não estão adequadas ainda.
No dia 3 de abril foi marcado o reinicio do campeonato. Os primeiros jogos poderão ser disputados com portas fechadas.
Porém, o problema não está apenas no provável recomeço do campeonato. Na verdade a crise é bem mais séria. A parada temporária colocou em séria dificuldade financeira os clubes da Tunísia.
Alguns jogadores já estão reclamando dos salários atrasados. Exemplo disso foi o boicote do elenco do Stade Tunisien aos treinos.
A estrutura do futebol local está sendo colocada em dúvida. Os clubes que são associações pretendem agora reformar seu estatuto para não ficar dependendo do financiamento público e dos direitos de TV. Há possibilidade de vermos uma privatização do futebol tunisiano.
A revolução no futebol da Tunísia não para por ai, já que está sendo criado um sindicato de jogadores profissionais.
Líbia
A situação é ainda bem mais confusa na Líbia, onde a atual temporada do campeonato nacional deverá simplesmente ser anulada.
Entra a guerra civil e a intervenção aérea internacional, o futebol obviamente ficou em segundo plano.
O Campeonato Africano das Nações (CAN) sub 20 que deveria acontecer em Trípoli e em Benghazi, no dia 18 de março até o dia 1 de abril, vai acontecer enfim na África do Sul.
Quanto à seleção nacional, ela deverá enfrentar as Ilhas Comores em Bamako, no Mali, sábado, e não em Trípoli como estava inicialmente previsto.
Egito
O futebol egípcio encontra-se em uma situação similar ao da Tunísia. O último jogo do campeonato ocorreu no dia 22 de janeiro, três dias antes da queda de Mubarak.
A federação local determinou o recomeço do campeonato no dia 15 de abril e está programado para acabar no dia 10 de julho.
Três meses de pausa é muito tempo para alguns clubes que estão a beira da falência.
O mais ameaçado seria o Al-Ahly, o time mais vencedor do Egito. O clube está com enormes dificuldades para pagar seus jogadores. Os dirigentes estão pedindo um adiantamento aos patrocinadores. Quanto à seleção nacional, ela vai enfrentar a África do Sul na próxima sexta-feira, em Johanesburgo, pelas eliminatórias da CAN 2012. Os Faraós (apelido da seleção egípcia) tinham pedido a mudança da data do jogo. Solicitação rejeitada pelos Bafanas Bafanas.
Japão – J-League
A temporada tinha acabado de começar no Japão quando o terremoto e suas terríveis conseqüências paralisaram o país do sol nascente.
Uma única rodada foi disputada até agora. Estava previsto um recomeço no final de semana do dia 2 de abril, mas os clubes da primeira e segunda divisão decidiram esperar, por medo da ameaça nuclear.
Dois clubes da J-League foram particularmente atingidos: Vegalta Sendai com seu estádio destruído e o Montedio Yamagata. A academia de futebol japonesa foi destruída pelo tsunami. Ela estava situada na região de Fukushima onde se encontra também a famigerada central nuclear.
A seleção japonesa que deveria disputar um amistoso contra a Nova Zelândia em Osaka, resolveu por fim enfrentar uma seleção dos All-Stars da J-league.
Todos os grandes nomes do futebol japonês que estão jogando na Europa deverão estar presentes para este jogo, onde a arrecadação será doada às vitimas da tragédia. O campeonato deverá recomeçar em um mês no dia 23 de abril.
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